Uma pesquisa elaborada para o Instituto Lula no final de 2021 pela Fundação Friedrich-Ebert-Stiftung (FES) Brasil indica que a desigualdade digital no Brasil deixa ainda mais a desejar para mulheres negras e indígenas. Entre os dados, a pesquisa mostra que enquanto 52% das mulheres brancas têm no celular a única forma de conectividade, entre as mulheres negras esse índice é de 67%.
“A pesquisa evidenciou que as mulheres negras enfrentam mais dificuldades em relação às mulheres brancas, aos homens brancos, aos homens negros em todos os setores. Mostrou ainda que os graus de dificuldades aparecem para mulheres em geral, mas aumentam e até duplicam no caso de mulheres negras e mulheres indígenas”, diz o estudo.
Como também indica o levantamento, homens têm melhor acesso que mulheres: 59% dos homens negros acessam internet apenas pelo, enquanto 42% homens brancos negros acessam internet apenas pelo celular.
Segundo a pesquisa “pessoas e grupos excluídos digitalmente provêm esmagadoramente dos mesmos estratos já socialmente marginalizados por outras formas da segregação, entre os quais se incluem mulheres, negros, grupos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, idosos, grupos LGBTQIA+, portadores de deficiência ou de corpos não normatizados e aqueles que vivem em áreas pobres, remotas ou rurais”.
Mesmo quando esses grupos buscam alguma forma de organização, a desigualdade digital se manifesta. Ao recortar militantes e ativistas, 59,1% das entidades não oferecem acesso gratuito à internet a seus associados, participantes, militantes ou ativistas. Outras 45,5% não oferecem nenhum tipo de curso de formação sobre tecnologias digitais para suas bases. Segundo as lideranças que participaram da pesquisa, 47,7% dos seus associados ou participantes têm dificuldade de acessar internet.
Fonte: Convergência Digital