A primeira-dama defendeu a participação feminina na solução dos conflitos internacionais
A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, afirmou que “as mulheres sofrem as piores consequências” em situações de guerra, em um artigo divulgado pelo jornal francês Le Monde, nesta segunda-feira 31.
No texto, a esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mencionou a sua visita ao Memorial da Paz, na viagem a Hiroshima, no Japão, em maio, e defendeu a participação de mulheres na solução de conflitos.
“São os homens que decidem ir para a guerra, e são as mulheres que sofrem as piores consequências”, disse Janja, que é socióloga. “É impossível, portanto, nessas condições, imaginar poder superar as guerras e construir a paz sem a participação efetiva das mulheres.”
Janja escreveu que a defesa da paz “não é apenas um dever moral” e afirmou ver o ato como uma obrigação política em compromisso com a equidade. Ela também apontou os efeitos da guerra sobre a população em vulnerabilidade e disse que as mulheres ficam mais expostas à violência contra os seus corpos nos grandes conflitos.
“A guerra é um instrumento de perpetuação das desigualdades econômicas, sociais, raciais e de gênero”, escreveu.
O artigo é publicado no momento em que Lula tenta articular uma cúpula de países que façam a mediação da guerra na Ucrânia, com o objetivo de cessar o conflito armado, iniciado com a invasão russa em 2022.
O presidente já disse publicamente que nem o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, nem o homólogo russo, Vladimir Putin, querem a paz. O petista acusa ainda os Estados Unidos e a Europa de prolongarem o confronto com o fornecimento de armas à Ucrânia.
No âmbito do G7, no Japão, Lula chegou a combinar um encontro com Zelensky, mas o presidente ucraniano não compareceu, sem avisar que se ausentaria. Agora, a Ucrânia diz esperar um convite do Brasil para uma nova oportunidade.