Lilian Soto, ex-ministra no governo de Fernando Lugo, encabeça chapa do movimento Kuña Pyrenda e aposta em discurso feminista na corrida pela presidência
A médica Lilian Soto, candidata à presidência do Paraguai nas eleições do próximo domingo pelo movimento Kuña Pyrenda, comanda uma chapa essencialmente feminina. E embasa na guerra da Tríplice Aliança o seu discurso de campanha: “A guerra acabou com a população masculina, e as mulheres reconstruíram o país. Sobre suas costas, mãos e ventres, se construiu o novo Paraguai”, diz Soto em entrevista exclusiva ao Terra. Com experiência de quatro anos à frente da Secretaria das Funções Públicas durante o governo do ex-presidente Fernando Lugo, Lilian Soto faz questão de lembrar que a lista de candidatos aos cargos legislativos de seu movimento novato também tem homens, políticos identificados com o discurso do Kuña Pyrenda. “A Guerra do Paraguai acabou com a população masculina e as mulheres reconstruíram o país. Sobre suas costas, mãos e ventres se construiu o novo Paraguai”.Lilian Soto Candidata à presidência do Paraguai Nas pesquisas divulgadas pela imprensa, ela aparece bem atrás dos candidatos Horacio Cartes, do Partido Colorado, e Efraín Alegre, do Partido Liberal. É a última colocada dos seis candidatos (em algumas pesquisas, não chega a pontuar). Soto não participou dos debates promovidos pelas emissoras de televisão do país porque seu partido ainda não tem representação legislativa. Ela reconhece as dificuldades de uma candidatura nova, segmentada e polêmica – defende, entre outras coisas, o direito ao aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. “Sabemos que o processo que estamos construindo não é exclusivamente para essas eleições, estamos apostando em um trabalho a longo prazo”, afirmou. Em entrevista exclusiva ao Terra, Lilian Soto falou sobre as barreiras que seu movimento enfrenta em uma eleição que, pelo que as pesquisas indicam, trará de volta a polarização entre os partidos Colorado e Libera e comenta o juízo político que tirou seu antigo aliado, Fernando Lugo, do poder em junho do ano passado. Terra – Como a senhora avalia a participação das mulheres na política do Paraguai? Terra – A senhora considera que a sociedade paraguaia é sexista? ‘Nossa história nos diz que as mulheres sempre estiveram presentes na solução dos problemas, mas isso não se traduziu em representação política’, afirma Lilian Soto, candidata feminista à presidência do Paraguai Foto: Kuña Pyrenda / Divulgação Terra – Qual é o seu objetivo como candidata à presidência do Paraguai? Terra – A senhora reconhece as dificuldades que terá contra os partidos tradicionais? Terra – Entre as suas propostas, está a “democracia da terra”. Qual sua opinião sobre os chamados “brasiguaios”, que estão presentes no seu país? Terra – A senhora fala também de “transformação social para a igualdade”. Quais são as transformações necessárias? Terra – Uma candidatura formada maioritariamente por mulheres não vai encontrar resistência na população? “O que aconteceu no dia 22 de junho de 2012 foi um golpe de Estado mal maquiado, perpetrado pelas elites políticas de cinco partidos com representação parlamentar”.Lilian Soto Candidata à presidência do Paraguai Terra – Qual a sua opinião sobre o processo que culminou com a destituição do presidente Fernando Lugo no ano passado? Terra – Qual sua opinião a respeito do que aconteceu no país desde o impeachment de Lugo? A expulsão provisória do Mercosul é prejudicial? Terra –Em seu eventual governo, como seriam as relações com os países vizinhos e, especialmente, com o Brasil? |
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Fone: Terra
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