No último dia 20 de julho, na cidade colombiana de Cartagena, 18 empresas públicas e privadas com atuação na América Latina e Caribe assinaram um termo de compromisso com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a ONU Mulheres pelo qual se comprometem a realizar ações de conscientização e combate à violência sexista. A iniciativa faz parte da campanha ‘UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres’, lançada em 2008 pelo Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-Moon. E as empresas já integram os programas de certificação de sistemas de igualdade de gênero realizados pela ONU em parcerias com governos nacionais. O documento estabelece que as empresas se comprometem a: desenvolver políticas e protocolos internos de enfrentamento à violência contra as mulheres, sensibilizar e capacitar funcionários sobre o tema, detectar e apurar as origens de casos de violência contra mulheres em seus quadros profissionais; participar de campanhas e projetos com o objetivo de por fim à violência contra as mulheres, junto com instituições nacionais e o Sistema ONU em cada país. Além de coordenar, em conjunto com o PNUD, uma campanha regional de sensibilização, capacitação e outras iniciativas que promovam a erradicação da violência contra as mulheres. Guillermina Martín, consultora em Sistemas de Gestão de Igualdade de Gênero do PNUD para a América Latina e o Caribe, informa que as ações desenvolvidas pelas empresas integram planos comumente bianuais cujas ações são acompanhadas e apoiadas por assessores do Programa em cada país. À Área de Gênero do escritório regional do organismo, acompanha as ações virtualmente por meio da Rede de Empresas pela Igualdade. Também produziram um guia de prevenção, detecção, atenção e punição à violência de gênero e o assédio sexual e moral no ambiente de trabalho. A partir de 2015, segundo ela, será implementado um processo de acompanhamento específico ao desenvolvimento de políticas de inserção de mulheres em situação de violência no mercado de trabalho. A representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, aponta o setor privado como um dos públicos estratégicos da campanha UNA-SE. “As empresas possuem liderança na comunidade de negócios e têm influência na economia e na sociedade. Ao se somarem à campanha, elas passam uma mensagem forte e com amplo alcance na cadeia de negócios e junto ao público consumidor”. Ainda segundo ela, o compromisso empresarial tem importância também porque “dentro das próprias empresas são criados mecanismos e práticas de não tolerar nenhuma forma de violência contra as mulheres, incluindo os assédios sexual e moral, aumentando a rede de apoio para que mulheres e meninas tenham suas vidas livres de violência e o cerco contra os agentes da violência machista comece a ficar mais limitado. Esses são passos determinantes para que a violência de gênero seja eliminada em todas as partes do mundo”. Empresas Entre as signatárias do acordo está o grupo brasileiro CENE, prestador de serviços na área de saúde. As outras 17 são: as colombianas Argos, do ramo de concreto e cimento, a associação de trabalhadores Caixa de Compensação Familiar (CAFAM), Proactiva Aguas (do ramo de aquedutos), Prosegur, a alimentícia Colombina SA e a cooperativa de serviços COOMEVA; além das unidades chilenas do grupo minerador britânico Anglo American e da multinacional francesa de serviços Sodexo, a estatal chilena de produção de cobre Codelco, o grupo chileno de exploração de recursos hídricos Aguas Andinas, o laboratório argentino Bago, as cooperativas cubanas de crédito e serviços Mártires de Taguasco, Ramón Balboa e José Rosabal, a multinacional de RH Manpower e a Bayer Andina.
Luciana Araújo |
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Fonte: Portal Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha
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