Mais de 60% das mulheres vítimas de violência preferem não denunciar a agressão à polícia por vergonha. É o que revela uma pesquisa nacional sobre a violência contra a mulher, feita pelo Instituto Patrícia Galvão e o Data Popular, encomendada pela Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, do governo federal. Apesar de 86% dos entrevistados concordarem que a violência contra a mulher deve ser denunciada, 66% das mulheres vítimas de agressão têm vergonha que as pessoas saibam, principalmente quando são de classes mais altas. O levantamento revela, também, alguns fatores que fazem com que elas não terminem a relação com o agressor. Filhos são o principal motivo para que as mulheres desistam da separação, sendo o caso de 49%. Já as desculpas e promessa de não mais agredir fazem com que 40% das mulheres repensem a denúncia. Mais de 20% acreditam que o amor pelo companheiro é tão forte que vai fazê-lo mudar, enquanto 17% dos entrevistados afirmam que a mulher provocou a situação que culminou na agressão e 8% dizem que ela gosta de apanhar. “Nesses quase cinco anos que estou na Secretaria, nunca encontrei uma mulher que gostasse de apanhar. Quando ela suporta, ou é porque tem filhos, ou é porque totalmente dependente do homem”, disse Conceição Formiga, secretária da Mulher de Imperatriz. No município, nos últimos quatro anos, 317 mulheres foram atendidas no CRAM, Centro De Referencia De Atendimento à Mulher. O atendimento especializado é feito de maneira interdisciplinar, com psicólogos, assistentes sociais e pedagogos que atendem também os filhos das vitimas. Assista aqui ao vídeo da matéria |
Fonte: G1/ Tv Mirante
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