O Senado aprovou, nesta terça-feira (12), as indicações para os cargos de embaixadores do Brasil na Venezuela, Guiana, Omã e Trinidad e Tobago. Antes da aprovação no plenário da Casa Alta, os indicados passaram por sabatina na Comissão de Relações Exteriores em sessão presidida pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). A decisão será encaminhada à Presidência da República.
Os quatro indicados foram aprovados de forma unânime pelo colegiado, à exceção da indicada à embaixada brasileira na Venezuelana, Glivânia Maria de Oliveira, aprovada por 17 votos a um. A recente disputa territorial entre Venezuela e Guiana no Essequibo foi um dos focos da sabatina. A região, que é rica em hidrocarbonetos e corresponde a ⅔ do território guianense, tornou-se alvo de anexação do governo venezuelano após plebiscito convocado neste mês. A indicada à embaixada na Guiana, Maria Cristina de Castro Martins, reforçou em seu relatório que desde 2019, quando teve início a exploração de petróleo, “o país vem apresentando altas taxas de crescimento”.
“Voltemos à situação que temos entre Venezuela e Guiana, que já motivou a reação de vários países da região e das autoridades brasileiras”, disse a indicada à embaixada do Brasil na Venezuela durante sabatina na comissão. “Não tenho a menor dúvida que a diplomacia brasileira, os esforços brasileiros em busca da interlocução e da preservação da paz na região estarão no mais alto das nossas prioridades”.
A bacharel em relações internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) Glivânia Maria ainda foi “orientada” pelo senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) sobre o regime político venezuelano. “A senhora vai para um país que é uma ditadura, não tem como passar pano e esconder isso aí. Talvez, o Maduro queira mascarar a questão das eleições do ano que vem, e a senhora terá que acompanhar isso muito bem”.
Omã e Trinidad e Tobago
Apesar da maior parte das preocupações estarem voltadas à Venezuela e Guiana, os futuros embaixadores de Omã e Trinidad e Tobago também foram sabatinados pela Comissão de Relações Exteriores. O diplomata Alfredo Cesar Martinho Leoni, indicado ao cargo de embaixador no Sultanato de Omã, também teve a condução relatada por Chico Rodrigues (PSB-RR). Antes, ele já tinha sido embaixador em outros países de maioria muçulmana, como Paquistão, Tajiquistão e Afeganistão.
A diplomata Maria Elisa Teófilo, por sua vez, já teve cargo de embaixadora no Senegal e em Gana. Formada em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a indicada para a embaixada do Brasil em Trinidad e Tobago, ilha caribenha que dista pouco mais de 10 km da Venezuela, teve sua indicação relatada pela senadora Tereza Cristina (PP-MS). Os nomes também foram aprovados pelo plenário.
