A live “Cá entre nós, mulheres” – evento que marcou o Dia Internacional da Mulher da Secretaria Nacional de Mulheres – foi marcada pelas fortes falas de embate à violência política de gênero, assunto escolhido para ser debatido entre as socialistas presentes.
A atividade – realizada em parceria com a Fundação João Mangabeira – teve início com a homenagem a Margarida Vieira, primeira mulher a presidente a FJM, entre os anos de 1997 e 1998.
Autora da tese “Semeando Democracia – A trajetória do Socialismo Democrático no Brasil”, Guida, como é carinhosamente chamada pela militância do partido, foi eternizada na sede da FJM com a fotografia que integrará a galeria dos(a) presidentes(a) que a Fundação já teve.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, participou da cerimônia e afirmou que “Margarida sempre foi muito dedicada como professora, militante e presidenta da Fundação. Sua atuação comprova nossa luta por um socialismo contemporâneo, socialismo da liberdade, da diversidade política, econômica e social. Tudo o que tentamos propagar”.
Além do presidente, que defendeu que“as mulheres devem escolher onde querem estar” e que “os partidos precisam ampliar a presença delas nos órgãos diretivos”, estiveram na mesa de abertura, a secretária nacional de mulheres, Dora Pires, o vice-presidente da FJM e diretor da Faculdade Miguel Arraes, Alexandre Navarro e a deputada federal Tabata Amaral.
A violência política contra a mulher
Após o encerramento da homenagem, foi iniciada a Roda de Diálogo “a importância da mulher nos espaços de poder e a violência política de gênero”. Além da secretária nacional da SNM e da deputada federal Tabata Amaral, estiveram na Roda as deputadas estaduais Cristina Almeida (AP) e Laura Gomes (PE), e a advogada Gabriela Rollemberg. As mulheres que integram a Executiva Nacional da SNM e as da Executiva distrital também marcaram presença.
A Secretária Dora Pires agradeceu a presença de todas as companheiras no evento, e destacou pontos importantes dessa luta para as mulheres. A socialista afirmou desejar que mais mulheres se juntem, “cada vez mais perto para ir cada vez mais longe.”
Dora Pires também ressaltou o marco importante para o ano de 2022, ano em que conseguimos criminalizar através da lei a violência política de gênero. “A violência de gênero é o que mais nos afasta da política, e a secretaria das mulheres cada dia mais se unem contra essa violência.”
“Vamos juntas para buscar nosso espaço, melhores dias e realmente a felicidade”, disse a secretária durante seu discurso. “Sem equilíbrio entre homens e mulheres não há sociedade e não há socialismo”, finalizou.
A deputada federal Tabata Amaral discursou pontos importantes para as mulheres, principalmente sobre o projeto da pobreza menstrual.
Após o Presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), assinar decreto para a distribuição de absorventes, a socialista acentuou o tempo em que esse projeto já estava na mesa, mas que agora, depois de dois anos, esse tema vai deixando de ser tabu.
A parlamentar destacou que a forma mais bonita de continuar honrando a luta e o legado das mulheres é lutando pela política. “Não podemos desistir da nossa política, dos nossos jovens.”, disse.
A deputada realçou, também, o conforto de estar em um lugar com muitas mulheres guerreiras e ver que não está sozinha.
A deputada estadual de Pernambuco, Laura Gomes, ainda adolescente, aprendeu a enxergar a política como agente transformador de vidas, por isso, focalizou que a desigualdade de gênero prejudica não só as mulheres, mas sim a democracia. “Não é guerra de sexos, mas sim uma melhora de vida das pessoas”, disse.
A socialista parabenizou a legenda, afirmando que essa causa não envelhece, e que cada vez mais estão evoluindo com a sociedade. “Estamos sempre na frente”, reforçou.
A deputada estadual Cristina Almeida, primeira mulher negra a ter assento na Assembleia Legislativa do Estado do Amapá, defendeu que fazer parte dessa história e desse momento é importante para, no futuro, as mulheres poderem contar com seu espaço.
A companheira destacou que as mulheres só irão conseguir mudar esse cenário quando conseguirem enxergar que estão sendo violadas e que precisam se defender dessa violência, principalmente as minorias e população negra. “Nós vamos estar aqui e vamos trazer mais mulheres para estarmos aqui juntas!”, reforçou.
No final da Roda de Diálogo, a advogada Gabriela Rollemberg, idealizadora do programa “Quero Você Eleita”, disse que mergulhar nesse universo de mulheres na política tem sido desafiador, pela diferença do público com os homens.
Com um olhar mais jurídico, a advogada falou que os olhos da justiça eleitoral acabam sendo mais rigorosos quando falamos de distribuição de recursos públicos, principalmente com as mulheres.
“Temos que lutar para que as mulheres não apenas venham para a política, mas fiquem nela”, finalizou.
Por fim, a secretária Dora Pires agradeceu a presença de todas as companheiras e a audiência dos internautas, destacando, mais uma vez, que as mulheres devem sempre lutar pelos seus direitos na política.
Com informações do PSB Nacional