É sabido que a conquista da cidadania dos LGBT passa também pela participação dos segmentos organizados nos partidos políticos e, diante disto, o LGBT Socialista junto aos seus filiados, atua para ampliar essa participação junto as centrais de decisões políticas do Brasil.
A LGBTfobia só será diminuída quando tivermos na gestão não só uma visão assistencialista do mal social que nossa atual conjuntura nos empurra, e sim, o olhar humanizado e laico para o todo que provoca a nossa exclusão da sociedade, nos levando as mortes físicas e sociais.
A garantia de uma transformação social, requer foco na superação de atos discriminatórios e violentos. Logo, se faz necessário um olhar apropriado sobre a temática na política, e acreditamos que esta seja também uma responsabilidade dos partidos de esquerda: incidir diretamente com nossos legisladores e gestores socialistas para que essa população possa ter melhores perspectivas e possibilidades de vida com dignidade.
Existem medidas preocupantes, a exemplo da extinção da Secretaria de Educação continuada, alfabetização, diversidade e inclusão (SECADI), que era vinculada ao Ministério da Educação. Isto mostra a vulnerabilidade de cuidados à população LGBT no tocante ao acesso ao âmbito educacional, como ainda, a necessária continuidade, sabendo-se que a exclusão escolar dessa população resulta em indivíduos não preparado para a vida e o mercado de trabalho.
Vivemos uma era de perspectivas ruins, visto as declarações desencontradas sobre a população LGBT, discursos errôneos sobre ”Ideologia de gênero”, criado pelo conservadorismo, inexistentes nos debates acadêmicos, e ainda sobre nossas leis. Posturas desrespeitosas a existência de uma população, nos angustiam, a exemplo da “caricata” Ministra de Estado que já após a posse, referendou a perseguição ignorante e desinformada a construção social de pessoas transexuais e travestis, identificadas como a mais vulnerável tanto na inclusão quanto a violência no Brasil.
A LGBTfobia se manifesta de diversas maneiras e em sua forma mais visível resulta em ações de violência verbal e física, contudo a violência psicológica também existe e, igualmente, pode levar até à morte, seja por assassinatos ou por suicídios, é imprescindível reconhecer que pessoas precisam de oportunidades e devem ter sua existência respeitada.
Desta maneira, reafirmamos nosso papel de oposição ao atual governo, decisão tomada desde a última reunião da Executiva Nacional do Partido Socialista Brasileiro, estando este coletivo atento a qualquer ato que resulte em retrocessos. Resistiremos e lutaremos as nossas lutas na perspectiva do reconhecimento legitimo da equidade social.
Atenciosamente
Tathiane Aquino de Araújo – Secretaria LGBT