Levantamento da Secretaria Nacional de Justiça identificou quase 600 situações de tráfico internacional de pessoas no Brasil em 2013. O dado foi apresentado ontem, pelo secretário Paulo Abrão, durante lançamento da terceira etapa do projeto Gift Box, parte da campanha de enfrentamento ao tráfico de seres humanos e exploração sexual no País, intensificado na Copa do Mundo.
Com os maiores aeroportos brasileiros, Rio e São Paulo são as principais portas de saída para a exploração sexual, ainda a modalidade mais comum de trabalho escravo no País. Das vítimas, a maioria é mulher entre 14 e 28 anos, de baixa renda e pouca escolaridade. Aproveitando o alto fluxo de turistas no Rio durante o Mundial (850 mil brasileiros e estrangeiros), o Gift Box (literalmente uma caixa de presente), será instalado em locais de grande circulação para conscientizar as pessoas. No entanto, ainda “não há estatísticas concretas que comprovem o aumento do tráfico e da exploração sexual de pessoas nos grandes eventos. O que não quer dizer que não haja”, explicou Abrão. Colorida do lado de fora, a caixa tem frases como “Conheça o mundo e ganhe um bom dinheiro”, comumente usada por aliciadores e traficantes de pessoas. Dentro, em preto e branco, há relatos de vítimas de trabalho escravo e exploração sexual. Com a intensificação das campanhas houve aumento de 200% nas denúncias por meio do Disque 100, Disque 180 e Disque Denúncia, além da criação de 16 núcleos estaduais e postos de atendimento em locais de grande circulação para identificação das vítimas. Na Copa, as campanhas de prevenção da exploração sexual infantil foram intensificadas “indicando claramente ser crime no Brasil e que não admitiremos em nenhuma hipótese que haja repercussão dessa atividade no nosso País”. Também no ano passado, foram identificados 110 casos de tráfico de pessoas (principalmente brasileiros) no Rio, a maioria para atuar na construção civil. São pessoas com baixa escolaridade e pouco acesso a direitos no local de origem, “que migram em busca de melhores condições para si e para a família”, explicou o coordenador do núcleo estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo, Ebenezer Oliveira. Ele acrescentou que, em 2013, 2.063 trabalhadores em situação análoga à escravidão foram resgatados por equipes do Ministério do Trabalho (MTE) em todo País. |
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Fonte: O Popular/GO
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