O Partido Socialista Brasileiro conquistou nesta quarta-feira (30) mais uma vitória em relação aos crimes de tortura praticados na ditadura militar. Por iniciativa da Secretaria Estadual de Mulheres do PSB do Rio de Janeiro (RJ), foi entregue o troféu Zuzu Angel para a jornalista Hildegard Angel. O prêmio, que homenageia todas as mulheres brasileiras e relembra uma das heroínas da atualidade, foi entregue à filha de Zuzu Angel pela secretária estadual de mulheres do PSB, Regina Flores. “É uma homenagem muito singela à minha mãe, grande estilista, grande mulher”, disse Hildegard Angel, que recebeu emocionada o troféu. O evento reuniu aproximadamente 200 pessoas no auditório da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ). Após a entrega do prêmio os convidados acenderam velas, como uma homenagem aos que tombaram na luta pela redemocratização. O ato ocorreu nas escadarias do Palácio Tiradentes, aos pés da estátua do Inconfidente. O vice-presidente Nacional do PSB, Roberto Amaral, lembrou as dificuldades vividas por aqueles que se colocaram contra a ditadura militar, citando Stuart Angel e seus companheiros de luta. “Durante a ditadura militar, a barbárie quase que se institucionalizou no Brasil. Alguns poucos criminosos chegaram a ser descobertos”, afirmou. “O PSB tem uma luta histórica contra a tortura. Em 1986, projeto apresentado pelo nosso companheiro Jamil Haddad transformou em Lei, inserida no Artigo 5º da Constituição Federal, o crime de tortura como inafiançável e imprescritível, e tipificou penas para os criminosos”, lembrou Roberto Amaral afirmando que a luta do PSB foi e sempre será em defesa da vida. O deputado federal e presidente do PSB-RJ, Alexandre Cardoso, elogiou o papel das mulheres na vida política do país. “A sensibilidade feminina trouxe novos conteúdos para o universo político. Temos muito que aprender e apreender com elas.” Ao final da solenidade todos gritaram os nomes dos militantes mortos e em coro responderam: “Presente!”. Zuzu Angel Brasileira, mulher, estilista famosa e mãe. Zuleika Angel Jones, mais conhecida como Zuzu Angel, denunciava a tortura e o assassinato de seu filho, o remador do Flamengo Stuart Edgard Angel, e sua esposa, Sônia Angel Jones, na época da Ditadura Militar. Nestes momentos de denúncia, Zuzu falava em nome de todas as mães brasileiras, com a força de Bárbara de Alencar e o amor de Ana Néri. Sua luta pela recuperação do corpo de seu filho envolveu até os Estados Unidos, país de seu ex-marido e pai de Stuart, mobilizando algumas estrelas de Hollywood, que eram fãs de seu trabalho. Utilizando de seu talento na criação de roupas, lançou uma coleção estampada com manchas vermelhas, pássaros engaiolados e motivos bélicos. O anjo, ferido e amordaçado em suas estampas, tornou-se também o símbolo do filho. Zuzu chegou a realizar em Nova York, um desfile-protesto, realizado no consulado do Brasil na cidade. Zuzu Angel faleceu em abril de 1976, em um acidente de carro, na Estrada da Gávea, saída do Túnel Dois Irmãos (RJ), hoje batizado com seu nome. Sua luta despertou, mais ainda, a vontade por igualdade e democracia nas mulheres e ajudou na redemocratização do País. |
Maita Rocha com colaboração de Vera Canfran
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