Carlos Siqueira, primeiro secretário Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e presidente da Fundação João Mangabeira (FJM) abriu os trabalhos nesta sexta-feira (19) falando sobre “O Desafio do Desenvolvimento Brasileiro”. O seminário, realizado pela FJM e pelo PSB, tem como tema “O papel dos segmentos organizados do PSB” e teve início na quinta-feira (18), com encerramento previsto para este sábado (20) no Hotel Nacional, em Brasília. A mesa do primeiro painel foi composta também pela secretária Especial da Executiva Nacional do Partido, Mari Trindade Machado, e pela professora Margarida Vieira como debatedora. Carlos Siqueira iniciou apresentando aos presentes a nova galeria do site da Fundação, o memorial FJM – um museu virtual com vídeos, depoimentos, fotos, entre outros materiais para compor fragmentos da história do PSB e da FJM. Mari Trindade salientou a importância do Partido e da Fundação se organizarem para promover este seminário dedicado aos movimentos socialistas. “Foi um esforço importante que o Partido fez para que pudéssemos realizar esse seminário. É mais um gesto positivo que o PSB dá aos seus segmentos”, destacou. Carlos Siqueira iniciou o painel lembrando a importância do tema escolhido para o primeiro painel do evento. “O desafio do desenvolvimento brasileiro, este é o tema escolhido para essa manhã, entendemos que esse é o desafio que está posto ao nosso país”, explicou. “Estamos nos preparando para um ano muito importante, que é 2014, temos que ter a capacidade para apresentar ao país questões de desenvolvimento, questões que a população brasileira exige de que queremos mudar o país”, alertou Siqueira sobre o objetivo dos temas escolhidos e dos debates a serem realizados após cada painel entre cinco grupos, que depois entregaram suas conclusões à mesa, para que no final do evento seja apresentada uma conclusão geral para os próximos passos e trabalhos dos Segmentos e do Partido. Após uma breve introdução sobre o assunto, o primeiro secretário iniciou uma viagem pela história política e de desenvolvimento do Brasil. “É preciso fazer uma retrospectiva para entendermos como se deu o desenvolvimento do Brasil”, disse Carlos Siqueira. Voltando ao ano de 1930, quando se iniciou a Revolução de 30, um marco na história do país. Retornando à Era Vargas, momento de mudanças, como o lançamento de bases do desenvolvimento capitalista do Brasil, ampliação dos direitos civis – voto feminino, entre outros. Passando pelos anos de JK, onde houve uma intensificação do desenvolvimento capitalista estimulando a indústria de bens de consumo duráveis e o grande marco de seu governo, criação da capital do País – Brasília. Relembrando o período militar, que trouxe a ampliação do processo de urbanização e de diferenciação econômica e social. Chegando aos governos Sarney e Collor, onde o primeiro trouxe a manutenção do estado de direito e o segundo iniciou um método modernizador para o País. Já no governo de Itamar Franco e de Fernando Henrique Cardoso houve a conquista da estabilidade monetária, Plano Real e a melhoria de renda e emprego. Por fim, os mandatos de Lula e a sua pauta desenvolvimentista. Houve uma melhoria nas distribuições de renda, um forte combate às desigualdades regionais, entre outras políticas populares. Já sobre Dilma, Siqueira a descreve como uma figura impopular. “Estamos a praticamente dois anos da presidente Dilma, mas ela não é líder, esse é o problema. Uma pessoa que nunca disputou uma eleição como vereador, prefeito, deputado…”, ressaltou. Manifestações Populares e o Desenvolvimento do País Para Carlos Siqueira existem três eixos de desenvolvimento, o político, o econômico e o social. “Ou se estabelece uma política participativa, ou vamos ter uma sociedade indo às ruas fazendo e pedindo suas próprias pautas”, salientou. “Enquanto eles estão nas ruas pedindo políticas públicas, a comissão de direitos humanos estava votando a cura gay e a população deixou claro que não quer isso, que não vê isso como problema ou prioridade”, lembrou. O PSB é um Partido que está sintonizado com o aspecto de desenvolvimento, com a sociedade, com o que pedem nas ruas. Assim como disse Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente Nacional do PSB, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (18), em Recife (PE). Sobre a crise o primeiro secretário salientou que “a crise brasileira é profunda, maior do que temos consciência, os problemas se aprofundaram, se acumularam, poderiam ter sido resolvidos há 10 anos e nada”. “É preciso fortalecer os estados, para assim desenvolver o país, inclusive no ponto de vista social”, concluiu Carlos Siqueira. O PSB e a Política Sobre política, o primeiro secretário explicou que o PSB não tem política baixa. “Nossa política não é política de baixaria, nós derrubamos no voto, na voz nas ruas e não na baixaria”, alertou. Nas últimas eleições o Partido alavancou seus números em candidatos eleitos. “Ampliamos nossas bancadas – estadual e federal. As últimas eleições nos fizeram crescer”, lembrou. Siqueira ainda alertou que é preciso ter uma consciência forte e definida após o aumento dos números de socialistas nos governos brasileiros. PSB e os Movimentos “É preciso que os movimentos socialistas deem força e apoio ao nosso governador – Eduardo Campos – é preciso que estejam na sociedade”, solicitou Siqueira aos representantes de cada movimento. A professora Margarida destacou que a diferença entre crescimento e desenvolvimento é central, agora quais são os desafios? “É preciso desenvolver um grande e profundo debate para fazer uma ação social, um processo para criar o desenvolvimento do país”, lembrou. Margarida destacou o crescimento desordenado das cidades, o aumento de carros vendidos e as ruas cada vez mais intransitáveis. “Há uma grande diferença entre crescimento e desenvolvimento”, afirmou a professora. Sobre a retomada na história do país, ela lembrou ainda de três eixos que permanecem no emaranhado do passar dos anos do país. “Fomos um país colonizado e ainda temos, em grande parte, a mentalidade de colonizado. Outro aspecto é a escravidão, que tem efeitos não somente no âmbito dos negros, hoje há trabalhadores escravos no país. E por último, a forma como a terra brasileira foi distribuída”, acrescentou. Os três pontos citados pela professora são matrizes do Brasil. Segundo ela não há como tratar de desenvolvimento sem lembrar esses aspectos. E ainda alertou que os brasileiros não leem a Constituição Federal de 1988, se ao menos o artigo sexto fosse lido, exigido e feito o Brasil iria para frente. O Seminário O intuito do evento é fortalecer os ideais dos segmentos, oferecer uma formação política, debater sobre temas do cotidiano brasileiro, analisar os trabalhos realizados no primeiro semestre do ano e o modo como é feita a aproximação dos movimentos e chegar a conclusões conjuntas entre Direção Nacional e Segmentos sobre o que deve ser feito neste próximo semestre de 2013. |
Maita Rocha – Assessoria de Imprensa do PSB Nacional
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