Dia Internacional de luta pela saúde da mulher – Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna Temas que retratam a necessidade de enfrentamentos diários pelas mulheres vêm, aos poucos, começando a fazer parte dos calendários nacionais e internacionais e entrando no imaginário das sociedades como importante e fundamental. O Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna e o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher tem o dia 28 de maio como referência. Por mais de um século que movimentos sociais feministas trabalham arduamente para conquistar, garantir e ampliar os direitos de cidadania das mulheres. Direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais só chegam, quando nós mulheres, mobilizadas, alardeamos as injustiças históricas que nos foram e ainda hoje são impostas. O direito à saúde é mais um capítulo da nossa saga que precisa ser tratado com mais veemência. É preciso entender que não podemos permitir qualquer tipo de restrição nessa área. É papel fundamental do Estado pensar na saúde da mulher desenvolvendo políticas de acompanhamento sistemático e mais humanizado tanto na prevenção quanto no tratamento. O acesso aos cuidados em todas as etapas da vida, o direito de exercer a saúde sexual e reprodutiva saudável, de decidir o número de filhos que queremos ter, o tratamento da hipertensão arterial, a prevenção de cânceres de mama e útero, cuidados com as doenças do aparelho circulatório e todos os outros tipos de enfermidades, que muitas vezes decorrem da ausência de assistência, tem que ser prioridade de qualquer governo, garantindo e protegendo a população feminina. Hoje, uma das formas mais lancinantes de agressão a mulher é a feminização da AIDS. 80% dos casos registrados na população feminina estão entre mulheres heterossexuais que se relacionam com apenas um parceiro. A mortalidade materna, apesar de estar diminuindo em todo país, ainda é maior que o nível tolerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Portanto, como podemos pensar em empoderamento à população que é maioria no país com esse quadro caótico da saúde? O tema é complexo e a saúde representa um indicador do status das mulheres na sociedade. Os números estarrecedores de mortes femininas, em todos os estados, são respostas às necessidades mais básicas que não são cumpridas. Logo, o acesso à assistência e a adequação do sistema em nosso benefício só terá resultados positivos quando forem implementadas, cada vez mais, políticas públicas na área de saúde. *Dora Pires é secretária Nacional das Mulheres Socialistas. |
Dora Pires
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