Nós, que compomos a Secretaria Nacional das Mulheres Socialistas do PSB e o Conselho Nacional de Mulheres, integrado por todas as secretarias estaduais, repudiamos veementemente, as práticas adotadas pelo programa Roda Vida, da TV Cultura, ao entrevistar a pré-candidata do do PCdoB à Presidência da República, Manuela D’Ávila, na última segunda-feira, 25.
Percebemos que quando se trata de entrevistar uma postulante ao cargo máximo da nação, a atração deu uma verdadeira aula de machismo, sexismo e desrespeito à mulher.
Alguns presidenciáveis já passaram pelo programa e, em época de eleições, é quase tradição que os candidatos sejam convidados a apresentar suas ideologias e propostas de governo.
A entrevista foi marcada por hostilização quanto ao partido da candidata, um visível desprezo quanto à sua candidatura, perguntas similares foram feitas várias vezes por diferentes entrevistadores, já que não se satisfaziam com suas respostas, além de diversos sinais de manterrupting, termo utilizado para explicar situações em que um ou mais homens ficam interrompendo a fala de mulheres, impedindo que elas concluam o seu raciocínio.
Na entrevista com Manuela, a bancada foi composta por Vera Magalhães, colunista do jornal O Estado de S. Paulo e comentarista da Rádio Jovem Pan; Frederico d’Avila, diretor da Sociedade Rural Brasileira (SRB); Letícia Casado, jornalista da Folha de S.Paulo em Brasília; João Gabriel de Lima, coordenador de jornalismo do Insper e colunista da revista Exame; e Joel Pinheiro da Fonseca, economista e filósofo.
Manuela, antes de terminar a formulação de suas respostas, era interrompida por algum dos jornalistas ou até mesmo pelo mediador; observou-se, também, que os entrevistadores não ficaram constrangidos ao não serem impessoais, sendo totalmente tendenciosos em seus questionamentos. Por ser uma candidata mulher, notou-se um forte sexismo no programa. Em outras ocasiões, candidatos homens que estiveram presentes foram interrompidos oito, 10 ou 12 vezes, enquanto Manuela D’Avila foi 62 vezes!
Apesar da falta de educação e atitude misogina dos entrevistadores e da omissão do programa quanto a isso, Manuela permaneceu inexpugnável até o fim da entrevista, respondendo aos questionamentos de maneira sensata e arguta.
As mulheres socialistas parabenizam Manu pelo equilíbrio e sensatez ao tiroteio sofrido no referido programa.
A Secretaria Nacional das Mulheres Socialistas e o Conselho Nacional de Mulheres Socialistas condenam essas práticas e reforçam a luta por um Brasil sem machismo, misoginia e desrespeitos à mulher.