Os 60 anos nem ousam marcar curvas ainda suaves não desfeitas pelo tempo. Tão pouca é sua estrada, mas tão longe seu passo. Brasília de todos os tempos, canção mimetizada em compasso. Cidade cidadã, menina anciã. Criada antes dos traços, planos e pilotos. Nascida do sonho e gerada no horizonte. Isso, por si só, já faz de Brasília uma cidade especial.
Sob um céu infinito, traz um olhar que percorre tempos, gerações, culturas, intentos de um Brasil mestiço por natureza. Sob um marco central, reúne povos, movimentos, sotaques, paisagens que agregam um Brasil singular, plural. Sob um projeto inaugural, mostra que tem força não só para surgir enquanto capital, mas para insurgir um Brasil adormecido em sua expressão maior de beleza, cidadania e diversidade. Pois uma cidade que foi constituída em princípios, não se firma apenas em sua origem, mas em seu sonho original, em seu destino incontornável de humanidade explícita, gregária, libertária e libertadora; destino prometido – e comprometido – de civilidade.
É esta Brasília que celebramos nos seus sessenta anos. Uma cidade narrada pela história e pelo olhar de mulheres que vivenciam o maior sentido da política, que não se resume ao poder instituído, mas ao poder real de cada pessoa comprometer-se com a realidade de uma cidade, um País e seus cidadãos. Sentido mais amplo da expressão polis, em que a política deve ser exercida no coletivo e, sobretudo, pelo coletivo.
O livro está dividido em quatro capítulos: 1) O PSB e as Mulheres; 2) Política: Uma Palavra Feminina; 3) A Mulher na Política e a Política da Mulher; e 4) De PSB para Brasília. Diversos temas foram abordados, tais como o conceito do Socialismo, a militância e a formação política e partidária, a representatividade feminina na política, mulheres inspiradoras, o que queremos do PSB e o que sonhamos para Brasília, formando-se um mosaico de narrativas de 22 mulheres socialistas que militam no Partido Socialista Brasileiro e/ou vivenciam a política, em cargos, atos, fatos, sob o mesmo sentido norteador: o compromisso com a Brasília de todos e para todos.
Em 2020, o PSB completa 40 anos de refundação. A história da militância socialista do Distrito Federal, contada na voz das mulheres, mostra uma Brasília inacabada, com crescimento acelerado e desordenado, derrubada de invasões, com surgimento de novos bairros e formas de ocupação urbanas. Também vibra uma cidade-nação, palco e protagonista de momentos emblemáticos da história democrática brasileira, como as Diretas Já e a promulgação da Constituinte de 1988, com vocação para conceber cidadãs e cidadãos livres de preconceitos, espelhos de uma cidade plural, capaz de difundir tecnologias inovadoras e promover grandes mudanças no país, com sustentabilidade e responsabilidade ambiental, social, econômica e humana.
A Brasília das artesãs, líderes comunitárias, empreendedoras, ativistas sociais, agitadoras culturais, atletas, estudantes, professoras, gestoras e militantes do PSB é revisitada em um bate-papo acolhedor,[2] que revela um ambiente de união e engajamento, que, junto ao sólido trabalho de formação político-partidária oferecido pelo partido e pela Fundação João Mangabeira, faz com que as mulheres do PSB apresentem um perfil diferenciado de militância, com atuação cidadã, esclarecida e consciente.
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